Plano de trabalho define Vocações Regionais Sustentáveis no Paraná 31/08/2020 - 16:52

Programa Vocações Regionais Sustentáveis elencou produtos regionais com potencial de mercado a serem processados e inovados. Alimentos e turismo apresentam grandes valores de mercado para a retomada da economia do Estado pós-pandemia.

Um estudo apontou os principais segmentos e regiões com potencial de mercado no Paraná. Denominado Vocações Regionais Sustentáveis, o programa foi elaborado pela Invest Paraná e conta com apoio de secretarias estaduais para ser efetivado. 

Técnicos da Invest Paraná apresentaram, nesta segunda-feira (31), o levantamento de informações e as fases do programa aos secretários do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest), Márcio Nunes, e da Justiça, Família e Trabalho (Sejuf), Mauro Rockembach. Também participou da reunião o presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin.

“A missão da Secretaria, por determinação do governador Carlos Massa Ratinho Junior, é promover o Desenvolvimento Sustentável no Estado”, destacou o secretário Márcio Nunes. A Sedest contribui com a análise ambiental, a promoção de workshops, elaboração de estratégias de desenvolvimento, divulgação do Plano de Implementação e ações de apoio.

Na primeira fase do projeto, a linha de ação será na análise com coleta de informações, audiências públicas com as comunidades locais, elaboração de estratégias e definição do plano de implementação. A segunda fase é composta pela implementação e ações de apoio, incluindo formação de parcerias, fortalecimento dos serviços e melhoria do ambiente de negócios. E a terceira e atual fase trabalha no monitoramento e sustentabilidade da cadeia de valor. “A parceria entre diversas instituições é importante para que o Estado todo seja beneficiado com as ações”, afirmou Bekin. 

Além das Secretarias do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo e da Justiça, Família e Trabalho, fazem parte dessa etapa do projeto as Secretarias da Agricultura e do Abastecimento e a do Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas; técnicos do Instituto Água e Terra, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná, do Serviço Social Autônomo Paranacidade, e do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social; além de representantes de Universidades e da comunidade local.  

VALOR AGREGADO – O estudo foi baseado em exemplos já existentes na Alemanha e no Japão. Os dois países utilizam a metodologia de valorizar produções em pequenas regiões, atendendo as demandas dos grandes centros. 

Os setores de alimentos e turismo foram apontados como grande potencial econômico, principalmente no período pós-pandemia. “Selecionamos os ativos com potencial de mercado já relatados no Programa Arranjos Produtivos Locais (APL) e o colocamos em prática. Para isso, usamos as metodologias de desenvolvimento brasileiras e internacionais”, disse o diretor da Invest Paraná, Giancarlo Rocco, responsável pela criação do programa juntamente com o técnico de Desenvolvimento Econômico da autarquia, Bruno Banzato. “Vamos colocar inovação e agregar valor às cadeias produtivas de alimentos e turismo”, completou. 

De acordo com o estudo, um setor é considerado grande potencial no mercado ao obter uma marca de, pelo menos, 70% de viabilidade, com base em uma série de características. Na região Sul do Estado, a projeção apontou a viabilidade de agregar valor no pinhão, em União da Vitória e Bituruna. 

No Centro-Sul, inovar em produtos oriundos da Erva-Mate com chás, energéticos, uso medicinal e farinhas vai beneficiar cerca de 70 mil pessoas. No Vale do Ribeira, cerca de 1.000 pessoas serão beneficiadas com a goma de resina beneficiada; 250 produtores serão atingidos com o citros ao inovar com a polpa, o suco, óleo essencial, farinha e subprodutos orgânicos; e 400 produtores serão atingidos com o aipim descascado e congelado, em forma de farinhas, tapioca e subprodutos orgânicos.

No Litoral, mais de 500 famílias podem ser beneficiadas com o turismo trabalhado com a venda de produtos locais, hospedagens, atrativos naturais e gastronomia local; e produtores de Guaraqueçaba serão beneficiados com o processamento da mandioca. Em São João do Triunfo, 13 famílias serão beneficiadas com a polpa e o suco da uva.

O maracujá, na Região Metropolitana de Curitiba, pode beneficiar 400 produtores com a polpa, o suco, óleo essencial, farinha, folha desidratada para medicamentos; e outros 400 produtores serão atingidos com a produção de polpa, suco, geleia e fruto liofilizado do morango. Já em Agudos do Sul, cerca de 60 famílias serão beneficiadas com o coletivo de tomate, morango e grãos orgânicos.

De acordo com o secretário da Justiça, Família e Trabalho, Mauro Rockenbach, para que haja o processamento de alimentos e do turismo neste período de retomada da economia do Estado, é necessário trabalhar na qualificação do pessoal e na formação de mão de obra. “A retomada do Estado, por determinação do governador, exige a geração de emprego e renda. Precisamos, então, firmar os pequenos agricultores no campo e evitar a evasão dos seus filhos aos grandes centros urbanos”, disse. “Na agricultura familiar, se os pequenos produtores tiverem consistência, suporte, apoio, e arranjo local com assistência técnica na comercialização dos produtos, certamente permanecerão em suas terras”, completou.

 

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Ambientes voltados ao turismo no Litoral do Estado são focos de estudo da Invest Paraná

Já como consequência do programa, a Invest Paraná construiu um segundo projeto a ser desenvolvido como piloto nos municípios de Antonina e Morretes, no Litoral do Estado, com vistas ao atendimento aos turistas. O objetivo é criar espaços em ambientes seguros e confortáveis, únicos e atrativos, e que mostrem a individualidade da região.

A partir de uma cooperação com a Província de Hyogo, no Japão, e a JICA, a proposta é criar os  chamados Michi-no-Ekis, por todo o estado, criando uma rota turística entre eles. A proposta tem como base a venda de produtos locais, promoção de atrações turísticas, demonstração da cultura e espaço para eventos da comunidade; informações de atendimento turístico, rodoviário e de emergência prontamente disponíveis; locais de descanso, serviços de alimentação, estacionamento e banheiros gratuitos 24 horas.

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