Conselho reforça a importância de acessibilidade nas máquinas de cartão 09/07/2019 - 10:00

Você informaria sua senha do banco em voz alta ao pagar uma compra no cartão de crédito ou débito? Pois é isso que muitas pessoas com deficiência visual estão precisando fazer na hora de fechar um negócio, ao se deparar com máquinas de cartão sem qualquer recurso de acessibilidade. Com teclado sensível ao toque, esses terminais não possuem nenhum tipo de retorno tátil ou sonoro, dificultando ou impedindo a utilização por pessoas que não enxergam.

 

Com base em relatos de pessoas com deficiência visual, o Conselho Estadual de Direitos da Pessoa com Deficiência (Coede) está solicitando à Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito (ABECS) a utilização de tecnologias, nas máquinas de pagamento, que permitam informar o valor da compra e a digitação da senha com mais facilidade, auxiliando os cegos e pessoas com baixa visão. “Nossa luta é a adoção, pelas operadoras, de máquinas que marquem tatilmente os números, para que a posição onde está cada um deles seja sentida com os dedos pela pessoa com deficiência, antes de serem pressionados”, explica Felipe Braga Côrtes, presidente do Coede e chefe do Departamento de Políticas para Pessoas com Deficiência da Secretaria da Justiça, Família e Trabalho (SEJUF).

 

Felipe informou, ainda, que uma medida imediata seria a adoção, pelos comerciantes, de uma película adesiva com identificação tátil a ser colada sobre a tela touchscreen. “Isso permitiria ao deficiente visual o reconhecimento das teclas, o que propicia uma digitação segura da senha”, afirmou, lembrando que ela pode ser colada sobre a tela das maquininhas sem botão, que usam a tecnologia de tela sensível ao toque (touchscreen), ou seja, não possuem botões ou marcações de acessibilidade em alto-relevo.  “A película evita situações constrangedoras. Já é hora do setor começar a olhar com mais atenção para os consumidores com deficiência visual”, acrescenta Braga Côrtes.

 

“A Secretaria da Justiça, Família e Trabalho apoia toda medida que tenha como objetivo melhorar a qualidade de vida a garantia dos direitos para os portadores de deficiência”, finaliza o secretário Ney Leprevost.

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