Secretário Ney Leprevost participa da abertura do Congresso de Acolhimento Familiar 13/08/2019 - 17:40

Cerca de 50 mil crianças e adolescentes vivem em situação de risco no Brasil e, por isso, foram afastados de suas famílias. Daí a importância do acolhimento familiar – que é o abrigo de crianças e adolescentes afastados de suas famílias, vítimas de violência, maus tratos, abandono, negligência ou abuso, em abrigos e casa-lares. “Todas as pessoas devem começar a pensar em acolhimento familiar e a importância que isso representa na vida de uma criança”, disse o secretário da Justiça, Família e Trabalho, Ney Leprevost, durante a abertura do III Congresso Internacional de Acolhimento Familiar que está sendo realizado na Universidade Positivo, em Curitiba.

 

Ney agradeceu as assistentes sociais, multiplicadoras e formadoras de opinião na defesa das crianças e adolescentes, superando os desafios de colocar uma criança em família temporária, que possa lhe dar amor, afeto, estímulos, uma vida em comunidade e, essencialmente, que lhe permita criar vínculos de qualidade. “Precisamos cada vez mais de pessoas que cuidem de nossas crianças, pois o caminho é manter os vínculos afetivos para a construção de pessoas solidárias, de respeito e com reciprocidade”, ressaltou.

 

Dados do Instituto Geração Amanhã mostram que apenas 5% das crianças e adolescentes acolhidos estão atualmente em famílias acolhedoras – a maioria na região Sul do País. O Paraná é o estado com mais casos, com destaque para a cidade de Cascavel (PR), que tem o maior programa de acolhimento familiar do País. “Estamos tendo sucesso na área de adoção graças à boa equipe interprofissional e, sobretudo, à adesão da população ao programa de acolhimento familiar, existente há seis anos. Hoje, são 170 crianças e adolescentes acolhidos, 115 deles com famílias acolhedoras”, explicou o juiz Sérgio Kreuz, coordenador do encontro. 

 

“Precisamos pensar nas crianças e adolescentes que não podem retornar às famílias naturais, que têm problemas de saúde ou já ‘cresceram demais’, o que inviabiliza a adoção, uma vez que não há pretendentes para eles. Estarão condenados a viver até a maioridade em abrigos? É uma situação extremamente cruel. O acolhimento familiar é muito mais humanizado, com tratamento individualizado, o que as instituições de acolhimento não podem oferecer”, avaliou o juiz.

 

O congresso conta com a presença de 2.400 inscritos, palestrantes internacionais e a participação dos coordenadores do Programa de Intervenção de Bucareste – pesquisa conhecida como "Órfãos da Romênia" que, com alto nível de precisão e rigor científico vem mapeando desde os anos 2000 os efeitos da institucionalização precoce no desenvolvimento do cérebro de crianças, como os traumas psicológicos e de como o abandono nos primeiros anos de vida pode causar danos graves no desenvolvimento neurológico das crianças.

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