Violência contra idosos é tema de apresentação no CEDI 27/06/2019 - 11:07

A reunião ordinária do Conselho Estadual dos Direitos dos Idosos (CEDI) incluiu na pauta desta quarta-feira (26), a apresentação de dados sobre a violência contra idosos, feita pela técnica Andrea Carla Mattos, da Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do Governo do Paraná. Diferente da denúncia, que é instrumento de qualquer pessoa, a notificação de violências é de responsabilidade do profissional de saúde e também do profissional da assistência social, onde há rede intersetorial implantada. O objetivo é garantir a proteção aos direitos do idoso. “A notificação gera dados para a compreensão do fenômeno e, a partir de uma análise das informações, pode apoiar a gestão pública e subsidiar a elaboração de políticas públicas de prevenção às violências”, informou Andrea, lembrando que das 75.675 notificações de violência interpessoal e autoprovocada registradas entre 2011 e 2015 no Sistema de Informação de Agravos de Notificação no Paraná, cerca de 5,4% eram em pessoas acima de 60 anos. “Ano a ano, percebe-se um aumento de registros (de 4.5% em 2011 para 6,2% em 2015). Isso indica maior sensibilização e atenção ao problema pelos profissionais de saúde”, diz ela.

 

O tipo de violência de maior registro é a física (33,1%), seguida da violência psicológica ou moral (31,2%) e da negligência ou abandono (19,1%). As idosas são as que mais sofrem violências (60,7% dos registros. Os dados apontam que os filhos são os principais agressores (40,7%) e a residência é o principal local da ocorrência (83,7%).

 

A ação faz parte do chamado “Junho Violeta”, o mês dedicado à proteção e segurança dos idosos, instituído em 2006 pela Organização das Nações Unidas (ONU) e a  Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa com o objetivo de criar uma consciência mundial, social e política da existência da violência contra a pessoa idosa. “A prevenção à violência contra o idoso é um trabalho intersetorial que precisa ser combatido em rede e com responsabilidade”, disse Jorge Nei Neves, presidente do CEDI.

 

Para o secretário Ney Leprevost, da Secretaria da Justiça, Família e Trabalho (SEJUF), falar sobre violência contra a pessoa idosa é tratar sobre uma questão de saúde pública grave. “A violência contra o idoso ou qualquer ação ou omissão que lhe cause morte, dano, sofrimento físico ou psicológico é uma violação aos direitos humanos”, disse o secretário.

 

Além da apresentação sobre as violências interpessoais e autoprovocadas em idosos, o CEDI discutiu temas como a cota de idosos em empresas, Território da Juventude e Centro Intergeracional, entre outros.

 

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